1 de julho de 2012

Fim de domingo

A tarde vai chegando ao fim na cidade. Uma tarde bonita, com céu sem nuvens e cores formando gradientes, pipas e aviões passando ao longe, sons diversos de diversas vidas que estão tendo o seu momento de descanso num final de domingo. Da janela do quarto a paz é quase pálpavel. Uma tranquilidade sem igual é notada como se naquele momento todas as criaturas do mundo estivessem felizes. E talvez estejam.

16 de abril de 2012

De nós e dos outros

O engraçado da vida é que pensamos que as coisas só acontecem com a gente. Daí com o tempo percebemos que na verdade tudo isso que aconteceu com a gente, já aconteceu com outras pessoas também. E que na verdade, todo aquele egocentrismo de se achar o mais (para o lado bom ou para o lado ruim), não faz o menor sentido. E no fundo, a gente até se sente bem por ter outras pessoas que tiveram as mesmas experiências. Que em algum canto do planeta existe alguém, (ou alguéns), que sabe exatamente o que você está passando. E isso dá um certo alívio. Rebate a sensação de solidão, de esquisitice, de que aquilo só acontece com você. E o peso do mundo é dividido um pouquinho, consegue-se caminhar mais leve, e acabam-se as tempestades em copo d'água.

3 de abril de 2012

A mesma praça, o mesmo banco...

Eu percorro as mesmas ruas para chegar em casa desde que me entendo por gente. Aquelas ruazinhas bem de bairro mesmo, com pracinhas, mercadinhos, escolinhas... Tantas coisinhas, que a gente mal nota porque sempre esteve ali. E parece que sempre estará. Às vezes olhando a praça em frente de casa, eu tenho a sensação de que ela nunca mudou. Continua a mesma de quando eu tinha 10 anos de idade. Mas no fundo eu sei que não é assim. Que ela mudou muito, assim como eu. Apesar de suas mudanças mal serem notadas por quem sempre morou no mesmo lugar desde sempre. E só quem nunca se mudou de sua morada, sabe do que eu estou falando. É engraçado como um lugar se enraiza na alma da gente e a gente nem nota. E quando nota, vem aquela saudade de tantas coisas que aconteceram ali. De tantas lembranças que seria possível escrever um livro com todas elas. E a gente percebe que está ficando velho, e que não vai viver ali para sempre. E que na realidade talvez esse dia de partir esteja mais perto do que se imagina. E saudade fica maior. Mas é uma saudade de algo que não se viveu ainda.

5 de março de 2012

Daquilo que não notamos

É incrível como tem momentos em que precisa vir alguém de fora de nossa vida para nos mostrar as coisas valiosas que nós temos. Nossos amigos queridos, nossa família imperfeitamente perfeita, nossa saúde sempre boa, as pequenas coisas que nunca conseguimos valorizar por nós mesmos. Que sempre reclamamos que não está bom, porque na verdade nunca sabemos como seria esse estar bom. Na verdade tudo é ótimo. Tudo dá certo, o que falta é a sensibilidade para perceber isso. É muito mais fácil reclamar de tudo, se lamentar pelas pequenas coisas, achar que podia ser melhor do que olhar para dentro e enxergar tudo o que já está bom. Bom até demais. Às vezes é bom escutar alguém de fora. Porque é preciso um empurrãozinho, uma pequena ajuda para notar que a vida não podia ser melhor.

3 de março de 2012

De Srta. para Sra.

Eu conheço ela desde os cinco anos de idade. Crescemos juntas, ficamos brigadas um tempo, depois voltamos a nos encontrar nas curvas da vida e não nos separamos mais desde então. Compartilhamos momentos felizes, tristes, indiferentes, angustiantes, arrebatadores, tantas coisas pequenas e grandes que mesmo que eu passasse uma vida escrevendo não caberia.
E hoje ela fez mais uma passagem. Se tornou a esposa do cara mais legal do mundo. E ele é o cara mais legal do mundo, porque ela merece assim e nada menos do que isso. E eu sei que ela vai ser muito feliz. Porque é assim que tem que ser. Porque ela é minha irmãzinha, e os parentes escolhidos por nós são os que mais merecem que tudo na vida aconteça de um jeito lindo.

* Quero desejar para minha amiga, irmã, parceira, Nanah muitas mais felicidades a partir de agora.